Uma big band formal até o último de seus 17 integrantes, uma iluminação medonha, um senhor de 70 anos vestido de branco da lapela do paletó ao bico do sapato, com um violão à frente do palco, cantando: "se um outro cabeludo aparecer na sua rua..."
E durante exatas duas horas você tem certeza que nunca viu nada melhor sobre um palco.
Essa é a mágica de Roberto Carlos, que iniciou turnê em um Credicard Hall, em São Paulo, lotado na noite desta quarta-feira (9).
Claro que existem outros recortes do show.
Pode ser visto pela disposição do cantor em abrir uma data extra na capital paulista e emendar três shows na sequência pouco mais de seis meses após perder a enteada. Pode ser visto pela energia que demonstra no palco ao cantar sucessos de 50 anos de carreira.
E pode ser visto pelo lado do público, que sabe exatamente o que vai encontrar nesses 120 minutos, da introdução com o pout-pourri de Como é Grande o Meu Amor por Você e É Preciso Saber Viver passando pelas primeiras palavras dirigidas aos fãs - "que prazer rever vocês" (tinha alguma dúvida?) - ao gran finale com a distribuição de rosas.
Some tudo isso e o espetáculo ensaiado fica mais completo com a participação previsível da audiência, que solta suspiros a cada hit que o cantor emenda.
Tem a parte...uhn...sexual do show, onde Roberto dispara Proposta, O Côncavo e o Convexo e Cavalgada sem margem de fuga.
Claro que antes abre com o discurso charmoso característico de "(...) quando resolvi falar de sexo nas letras, pensava: - 'Será que vou ficar falado no bairro?'".
Tem a parte dos gigas-sucessos Emoções, Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo e Além do Horizonte. Tem a parte mais intimista, quando empunha o violão pra cantar Detalhes, O Portão e Lady Laura. E tem a parte final, das rosas, precedida por um pout pourri rock'n'roll de É Proibido Fumar, Namoradinha de um Amigo Meu, Quando e Jovens Tardes de Domingo.
As flores vêm ao som de Como é Grande Meu Amor por Você, É Preciso Saber Viver e Jesus Cristo. Bis torna-se desnecessário.
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